Publicada pela primeira vez em 11 de Fevereiro de 2020 e atualizada de forma contínua; última atualização em 5 de Fevereiro de 2024 (alterações detalhadas abaixo). Todas as revisões desta Coleção Especial são de acesso livre
Esta Coleção Especial faz parte de uma série de coleções sobre a COVID-19. Esta Coleção Especial está também disponível em Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Croata, Checo, Alemão, Farsi, Francês, Japonês, Malaio, Polonês, Português, Russo e Espanhol.
O objetivo dessa Coleção Especial é assegurar o acesso imediato às revisões sistemáticas mais relevantes para o tratamento de pessoas hospitalizadas com infecções respiratórias agudas graves. A Coleção inclui revisões que foram relevantes para as Orientações interinas da OMS, as revisões consideradas relevantes pela Cochrane Acute and Emergency Care e informadas pelos grupos Cochrane das regiões afetadas.
Esta Coleção Especial inclui Revisões Cochrane sobre os seguintes tópicos: Terapia com fluidos e vasopressores; Suporte ventilatório e ventilação mecânica; Desmame da ventilação mecânica; Manejo da hipoxemia; Tratamento farmacológico; Nutrição em terapia intensiva; e diagnóstico.
Apesar das revisões desta Coleção Especial avaliarem intervenções que são citadas nas orientações interinas da OMS, a aplicabilidade direta da evidência pode ser limitada devido à baixa proporção de pessoas com infecção viral que participaram dos estudos primários. Muitas revisões da coleção também têm Cochrane Clinical Answers; quando aplicável, indicamos esses links.
É importante salientar que as revisões incluídas nesta Coleção são resumos das evidências disponíveis. O fato de estarem incluídas na Coleção não significa que todas essas revisões trazem tratamentos eficazes. Várias revisões aqui apresentadas destacam a escassez de evidências de alta qualidade para auxiliar a tomada de decisões no contexto de uma crise de infecção respiratória aguda grave.
Atualizado em 5 de fevereiro de 2024 com uma nova revisão Cochrane, “Favipiravir para tratamento de COVID‐19”.
Tratamento com fluidos e vasopressores.
A ressuscitação inicial de pacientes com choque hipotensivo inclui a administração de fluídos, seguida de medicamentos vasopressores nos pacientes com hipotensão persistente.
A sepse e o choque séptico são complicações infecciosas potencialmente ameaçadoras da vida. Elas estão associadas a alta morbidade e mortalidade em adultos e crianças. A terapia com fluidos é considerada crucial durante o tratamento inicial da sepse. Porém, não está claro se a terapia conservadora ou liberal com fluidos pode melhorar os desfechos clínicos dos pacientes com sepse. Essa revisão avaliou se a terapia liberal versus conservadora com fluídos melhora os desfechos clínicos em adultos e crianças com quadro inicial de sepse e choque séptico. Cochrane Clinical Answer relevante: Para crianças com sepse ou choque séptico, como a terapia liberal com fluidos se compara com a terapia conservadora com fluídos?
Coloides versus cristaloides para ressuscitação volêmica em pacientes graves
Pacientes graves podem perder líquidos devido a condições ou infecções graves (como sepse), traumas ou queimaduras, e precisam urgentemente de líquidos adicionais para prevenir a desidratação ou insuficiência renal. Soluções coloidais ou cristaloides podem ser usadas para este fim. Os cristaloides têm moléculas pequenas, são baratos, e fáceis de usar. Porém, eles podem aumentar o edema. Os coloides têm moléculas maiores, são mais caros e podem proporcionar expansão mais rápida do volume no espaço intravascular. Porém, eles podem induzir reações alérgicas, distúrbios de coagulação e insuficiência renal. Essa revisão avaliou os efeitos do uso de coloides versus cristaloides em pacientes críticos que necessitam de reposição volêmica. Os desfechos foram mortalidade, necessidade de transfusão de sangue ou de terapia de substituição renal, e eventos adversos. Cochrane Clinical Answer relevante: Coloides versus cristaloides para ressuscitação volêmica em pacientes graves
Soluções tamponadas versus soro fisiológico para ressuscitação de adultos e crianças em estado grave
Entre as soluções cristaloides, a solução salina a 0,9% é a mais frequentemente administrada. Em teoria, o uso de soluções tamponadas poderia trazer algumas vantagens (menos acidose metabólica, menos distúrbios eletrolíticos). Porém, a relevância clínica desse tipo de fluidoterapia permanece desconhecida. O objetivo dessa revisão foi avaliar os efeitos das soluções tamponadas versus soluções salinas a 0,9% no manejo de adultos e crianças em estado crítico. Cochrane Clinical Answer relevante: Como as soluções tamponadas se comparam com o soro fisiológico a 0,9% no tratamento de pacientes graves que necessitam de terapia com fluidos intravenosos?
Vasopressores para o choque hipotensivo
Embora os vasopressores produzem efeitos hemodinâmicos imediatos, ainda há controvérsias quanto aos seus efeitos sobre desfechos relevantes para o paciente. O objetivo desta revisão foi comparar um regime de vasopressor (vasopressor sozinho, ou em combinação) versus um outro regime de vasopressor sobre a mortalidade em pacientes graves em choque. Cochrane Clinical Answer relevante: Como a norepinefrina se compara com outros vasopressores em pessoas com choque hipotensivo?
Suporte respiratório e ventilação mecânica
Os pacientes com infecção respiratória aguda grave podem necessitar de oxigênio suplementar e suporte ventilatório mecânico.
Traqueostomia precoce versus tardia em pacientes gravemente enfermos com COVID-19
As evidências pré-pandemia sobre os benefícios da traqueostomia precoce são conflitantes, mas sugerem internações hospitalares mais curtas e taxas de mortalidade mais baixas em comparação com a traqueostomia tardia. Da mesma forma, o papel da traqueostomia precoce como intervenção para pacientes gravemente enfermos com COVID-19 não é claro. Alguns relatos descreveram internações prolongadas em terapia intensiva e dificuldade de desmame da ventilação mecânica, particularmente naqueles que desenvolveram síndrome do desconforto respiratório agudo. Esta revisão procurou avaliar os benefícios e malefícios da traqueostomia precoce em comparação com a traqueostomia tardia em pacientes gravemente enfermos com COVID‐19.
Cânulas nasais de alto fluxo para suporte respiratório de adultos em terapia intensiva
As cânulas nasais de alto fluxo (CNAF) fornecem altos fluxos de ar e oxigênio através de cânulas nasais e podem ser úteis no suporte respiratório de pacientes adultos com insuficiência respiratória aguda internados na unidade de terapia intensiva (UTI). Esta revisão avaliou eficácia das CNAF comparada com a oxigênio terapia padrão, ou ventilação não-invasiva ou ventilação com pressão positiva não-invasiva, para suporte respiratório em adultos na UTI. Cochrane Clinical Answer relevante: Para adultos em terapia intensiva que necessitam de suporte respiratório, como se compara uma cânula nasal de alto fluxo versus oxigênio terapia padrão e ventilação não-invasiva (pressão positiva) (NI[PP]V)?
O oxigênio suplementar é frequentemente administrado a pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), incluindo SDRA secundária a doença viral, como a doença coronavírus 19 (COVID-19). Esta revisão avaliou como a oxigenoterapia deve ser direcionada em adultos com SDRA (particularmente SDRA secundária à COVID-19 ou outros vírus respiratórios) e que requerem ventilação mecânica em uma unidade de terapia intensiva. A revisão também avaliou o impacto da oxigenoterapia sobre mortalidade, número de dias no ventilador, dias de uso de catecolaminas, necessidade de terapia de reposição renal e qualidade de vida. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Para pessoas com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) que necessitam de ventilação mecânica, como se compara o uso de oxigênio com alvo conservador versus liberal?
Respiração espontânea precoce para a síndrome do desconforto respiratório agudo em indivíduos com COVID-19A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) representa o curso mais grave da COVID-19, geralmente resultando numa estadia prolongada numa unidade de cuidados intensivos e em altas taxas de mortalidade. Apesar do fato de a maioria dos indivíduos afetados necessitarem de ventilação mecânica invasiva (VMI), as evidências sobre estratégias de ventilação específicas para a SDRA causada pela COVID-19 são escassas. A respiração espontânea durante a VMI faz parte de um conceito terapêutico que inclui níveis leves de sedação e a prevenção de agentes bloqueadores neuromusculares. Esta abordagem está potencialmente associada tanto a vantagens como a riscos. Como consequência, a respiração espontânea nas pessoas com SDRA-COVID-19 que estão recebendo VMI está sujeita a um debate contínuo entre os intensivistas. Esta revisão visa avaliar os benefícios e danos da atividade respiratória espontânea precoce em pessoas sob ventilação invasiva com COVID-19 com SDRA em comparação com as estratégias de ventilação que evitam a respiração espontânea. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Em pessoas com ventilação invasiva com COVID-19 e síndrome da angústia respiratória aguda (SDRA), quais são os efeitos de permitir uma atividade respiratória espontânea precoce?
A dificuldade para acessar as vias aéreas está associada com riscos de morbidade e mortalidade. Os quatro descritores da via aérea difícil são: ventilação difícil com máscara facial, laringoscopia difícil, intubação traqueal difícil e falha de intubação. Vários testes de rastreio à beira do leito são utilizados na prática clínica para identificar os pacientes de alto risco para vias aéreas difíceis. Porém, a acurácia e os benefícios desses testes ainda não são claros. Esta revisão avaliou e comparou a acurácia diagnóstica da classificação de Mallampati e outros testes comumente usados no exame físico para avaliar as vias aéreas de adultos sem anomalias anatômicas aparentes. Cochrane Clinical Answer relevante Qual é aacurácia dos testes de exame físico das vias aéreas para detecção de laringoscopia difícil em adultos?; Qual é a acurácia do teste modificado de Mallampati para detecção de intubação difícil em adultos?; e Qual é a acurácia dos testes de exame físico das vias aéreas para detecção de adultos com ventilação difícil com máscara facial?
As manobras de recrutamento envolvem elevações transitórias na pressão das vias aéreas aplicadas durante a ventilação mecânica para abrir ("recrutar") unidades pulmonares colapsadas e aumentar o número de alvéolos que participam da ventilação. Essas manobras são frequentemente usadas para tratar pacientes em terapia intensiva que têm síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Porém, ainda não está claro quais seriam os efeitos deste tratamento sobre desfechos clínicos. Esta revisão avaliou os efeitos das manobras de recrutamento sobre a mortalidade de adultos com síndrome do desconforto respiratório agudo, bem como os efeitos das manobras de recrutamento na oxigenação e nos eventos adversos (por exemplo, taxa de barotrauma). Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Quais são os efeitos das manobras de recrutamento para adultos com síndrome do desconforto respiratório agudo em ventilação mecânica?
A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) está associada ao aumento da mortalidade, a uma permanência hospitalar prolongada e ao aumento dos custos dos cuidados de saúde em doentes críticos. As diretrizes recomendam uma posição semi-recostada (30° a 45°) para prevenir a PAV entre os pacientes que necessitam de ventilação mecânica. Porém, devido a limitações metodológicas nas revisões sistemáticas existentes, ainda existe incerteza em relação aos benefícios e danos da posição semi-recostada para prevenir a PAV. Esta revisão avaliou a efetividade e segurança da posição semi-recostada versus supina para prevenir a PAV em adultos que necessitam de ventilação mecânica. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Como se compara uma posição semi-recostada com uma posição supina em adultos que necessitam de ventilação mecânica?
A lesão pulmonar aguda (LPA) e a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) são responsáveis por um quarto dos casos de insuficiência respiratória aguda nas unidades de terapia intensiva (UTI). A ventilação mecânica em pessoas com LPA/SARA permite que os pulmões tenham tempo para se recuperar. Mas a ventilação é invasiva e pode levar a lesão pulmonar. É incerto se as lesões relacionadas com a ventilação seriam reduzidas se a pressão fornecida pela ventilação em cada respiração fosse controlada, ou se o volume de ar fornecido em cada respiração fosse limitado. Esta revisão comparou a ventilação com pressão controlada (PCV) versus a ventilação com volume controlado (VCV) em adultos com LPA/SARA. Os desfechos foram mortalidade e morbidade intra-hospitalar em adultos intubados e em ventilação mecânica. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Como a ventilação com controle de pressão e a ventilação com controle de volume se comparam em pacientes com insuficiência respiratória aguda ou síndrome de angústia respiratória?
A mortalidade em pacientes com lesão pulmonar aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) permanece elevada. Esses pacientes necessitam de ventilação mecânica, mas essa intervenção tem sido associada a lesão pulmonar induzida por ventilador. Níveis elevados de pressão expiratória final positiva (PEEP) poderiam reduzir esta condição e melhorar a sobrevida do paciente. Esta revisão avaliou os benefícios e os riscos de usar PPEP de alto versus baixo nível em pacientes com lesão pulmonar aguda e SDRA sob ventilação mecânica. Cochrane Clinical Answer relevante: Como se comparam a pressão expiratória final positiva (PEEP) alta versus baixa em adultos sob ventilação mecânica com lesão pulmonar aguda e síndrome da angústia respiratória aguda?
A própria ventilação mecânica pode ocasionar complicações adicionais para os pacientes com síndrome da angustia respiratória aguda e lesão pulmonar aguda. As estratégias ventilatórias de proteção pulmonar podem melhorar a sobrevida dos pacientes. Esta revisão avaliou os efeitos da ventilação mecânica com baixo volume corrente sobre a morbidade e mortalidade de pacientes, com 16 anos ou mais, com SARA e lesão pulmonar aguda. O objetivo secundário foram avaliar se a comparação entre o volume corrente baixo e convencional seria diferente caso fosse utilizada uma pressão de platô das vias aéreas maior que 30 a 35 cm H20. Resposta Clínica Cochrane relevante: Como uma estratégia de ventilação protetora se compara com a ventilação convencional para adultos gravemente doentes com síndrome do desconforto respiratório agudo?
Acredita-se que a interrupção diária da sedação (IDS) seria útil para reduzir o acúmulo de drogas, promover no paciente um estado de maior consciência e, assim, reduzir a duração da ventilação mecânica. A evidência disponível apresenta resultados inconsistentes, com estudos mostrando que a IDS pode reduzir, manter inalterada, ou até prolongar a duração da ventilação mecânica. O principal objetivo desta revisão foi avaliar o efeito da IDS versus não fazer IDS sobre a duração total da ventilação mecânica invasiva em adultos na UTI com sedação endovenosa. Os outros objetivos foram avaliar a influência da IDS na mortalidade, na duração da internação na UTI e na duração total da internação hospitalar, na ocorrência de eventos adversos, nas doses totais de drogas sedativas administradas e na qualidade de vida dos pacientes. Resposta Clínica Cochrane relevante: Interrupção versus não interrupção diária da sedação para adultos em ventilação mecânica invasiva na UTI
Em algumas pessoas, o SARS-CoV-2, o coronavírus responsável pela COVID-19 pode causar formas graves da doença, que exigem sua internação em unidades de terapia intensiva (UTI). Muitas delas vão precisar de suporte ventilatório para insuficiência respiratória aguda. É muito importante avaliar os cuidados na UTI, e o que é eficaz para melhorar os desfechos destes pacientes. Os pacotes de cuidados, um pequeno conjunto de intervenções baseadas em evidências, entregues em conjunto de forma consistente, podem melhorar os desfechos dos pacientes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) comissionou uma revisão tipo scoping para identificar a abrangência das evidências disponíveis sobre o uso de pacotes de cuidados em pacientes com COVID-19 na UTI. Os resultados dessa revisão serviriam para embasar as discussões das diretrizes da OMS. O objetivo desta revisão foi identificar e descrever as evidências disponíveis sobre o uso de pacotes de cuidados na UTI para pacientes com COVID-19 ou condições relacionadas (síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) pneumonia viral ou pneumonite), ou ambos. O foco desta revisão foi caracterizar a base de evidências e não avaliar a efetividade ou segurança dos pacotes de cuidados ou dos seus componentes. Resposta Clínica Cochrane relevante: Que evidências estão disponíveis sobre pacotes de cuidados para melhorar os desfechos de pacientes com COVID-19 internados na UTI?
Desmame da ventilação mecânica
A redução do tempo de desmame é desejável para minimizar potenciais complicações da ventilação mecânica.
Métodos para melhorar os processos de desmame do ventilador são necessários porque a ventilação mecânica prolongada está associada a um maior tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e maior mortalidade. A crescente consciência dos benefícios da compreensão dos fatores contextuais que impactam na eficácia tem incentivado a integração de sínteses de evidências qualitativas com revisões de eficácia. Esta revisão teve como objetivo investigar os fatores que influenciam a forma como os profissionais de saúde utilizam protocolos para desmamar adultos e crianças da ventilação mecânica. Resposta Clínica Cochrane relevante: Que fatores afetam o uso de protocolos de desmame da ventilação mecânica para pessoas gravemente doentes?
Os protocolos padronizados de desmame deveriam reduzir o tempo que o paciente fica em ventilação mecânica. No entanto, as evidências que apoiam a sua utilização na prática clínica são inconsistentes. Esta revisão comparou a duração total da ventilação mecânica de pacientes adultos graves que foram desmamados utilizando protocolos versus a prática habitual (sem protocolo). Também avaliou diferenças entre desmame com versus sem protocolo sobre os seguintes desfechos: duração do desmame, danos (eventos adversos), e uso de recursos (duração da internação na UTI e tempo da internação hospitalar). Resposta Clínica Cochrane relevante: Como o desmame com protocolo se compara com o desmame sem protocolo, em pacientes adultos graves?
A ventilação por pressão positiva não invasiva (NPPV) fornece suporte ventilatório sem a necessidade de uma via aérea invasiva. Tem surgido interesse no uso da VPPN para facilitar a remoção precoce do tubo endotraqueal e para diminuir as complicações associadas à intubação prolongada. Esta revisão avaliou se a estratégia da VPPN reduz a mortalidade por todas as causas, em comparação com o desmame por ventilação invasiva com pressão positiva. Também avaliou diferenças entre as estratégias sobre os seguintes desfechos: proporções de falha de desmame e pneumonia associada à ventilação mecânica, duração de internação na UTI e no hospital, duração total da ventilação mecânica, duração do suporte mecânico relacionado ao desmame, duração da ventilação mecânica endotraqueal, frequência de eventos adversos (relacionados ao desmame) e qualidade de vida em geral. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para adultos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência respiratória, como as estratégias de desmame da ventilação não-invasiva e invasiva com pressão positiva (VPP) se comparam?
Manejo da hipoxemia
A hipoxemia aguda ou crônica é um motivo comum para a admissão do paciente na UTI e para o uso de ventilação mecânica. Vários refinamentos da ventilação mecânica ou adjuntos são empregados para melhorar os desfechos desses pacientes.
A oxigenoterapia é a principal intervenção para a hipoxemia. A maioria dos adultos internados na UTI recebe oxigenoterapia. A prática de administrar oxigênio tem sido liberal, o que pode resultar em hiperoxemia. Alguns estudos, mas não todos, relataram uma possível associação entre hiperoxemia e aumento do risco de morte. Apesar da ausência de evidência robusta de efetividade, a administração de oxigênio é amplamente recomendada nas diretrizes internacionais de prática clínica. O benefício potencial do oxigênio suplementar deve ser ponderado contra os efeitos potencialmente nocivos da hiperoxemia. Esta revisão avaliou os benefícios e danos da fração inspirada de oxigênio mais alta versus mais baixa, ou alvos de oxigenação arterial, para adultos internados na UTI. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para adultos que estão na UTI, como se comparam os diferentes níveis de oxigenação?
Decúbito ventral para adultos com insuficiência respiratória aguda
A mortalidade por síndrome do desconforto respiratório agudo, um dos principais motivos para ventilação mecânica por hipoxemia, permanece em cerca de 40%. A ventilação na posição de bruços (decúbito ventral) pode melhorar a mecânica pulmonar e a troca de gases e poderia melhorar os desfechos desses pacientes. Esta revisão avaliou se a ventilação com o paciente em posição de bruços, comparada à ventilação em posição supina ou semi-recostada, reduz a mortalidade de pacientes com insuficiência respiratória aguda grave que necessitam de ventilação artificial invasiva convencional. Resposta Clínica Cochrane relevante: Como a posição de bruços se compara com a posição supina para a ventilação de adultos com insuficiência respiratória aguda grave?
Oxigenação por membrana extracorpórea para adultos gravemente doentes
A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) é uma forma de suporte de vida com foco nas funções do coração e dos pulmões. Porém. seu uso está associado a vários riscos. A ECMO para insuficiência respiratória grave coleta e devolve sangue do sistema venoso e efetua trocas gasosas não-pulmonares. Os eventos adversos relacionados com o paciente incluem hemorragia ou isquemia das extremidades. Os eventos adversos relacionados com os circuitos incluem falha da bomba, falha do oxigenador e formação de trombos. Esta revisão avaliou se o uso da ECMO venovenoso ou venoarterial em adultos é mais efetivo do que o suporte respiratório e cardíaco convencional para aumentar a sobrevida. Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os efeitos da oxigenação extracorpórea por membrana para adultos criticamente doentes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)?
Terapia farmacológica
A reanimação com fluidos e o suporte ventilatório são os pilares do tratamento para pacientes com infecções respiratórias agudas graves que necessitam de cuidados intensivos. Entretanto, várias intervenções farmacológicas têm sido sugeridas. Apesar disso, há dúvidas quanto aos benefícios e riscos associados a estas intervenções farmacológicas.
Favipiravir para o tratamento da COVID-19
O favipiravir foi sugerido por alguns especialistas como sendo efetivo e seguro para uso na COVID‐19. Esta revisão procurou avaliar os efeitos do favipiravir em comparação com nenhum tratamento, tratamento de suporte ou outro tratamento antiviral experimental em pessoas com COVID‐19 agudo. A revisão incluiu 25 estudos com 5.750 participantes, mas a confiança dos autores nas evidência foi limitada. Embora este medicamento tenha sido avaliado em ensaios clínicos randomizados, devido à falta de evidência robustas, não está claro se o favipiravir oferece algum benefício no tratamento de pessoas com infecções por COVID-19 que não necessitam de internação hospitalar, bem como aquelas internadas em hospital. . O favipiravir pode causar efeitos colaterais leves, mas não parece causar efeitos colaterais maiores ou grave. Ainda não está claro se tem um papel definido no tratamento da COVID-19.
Nirmatrelvir combinado com ritonavir para prevenir e tratar COVID-19
Esta revisão tem como objetivo avaliar a eficácia do nirmatrelvir mais ritonavir (Paxlovid) na redução de mortes, doenças e duração da infecção em pessoas com COVID-19 leve ou assintomática. Publicada pela primeira vez em Setembro de 2020 e atualizada em Novembro de 2023, esta revisão descobriu que o nirmatrelvir/ritonavir oral pode reduzir o risco de mortalidade por todas as causas e de internação hospitalar ou morte em pacientes ambulatoriais de alto risco e não vacinados com COVID-19 infectados pela variante Delta da SARS‐CoV‐2.
Agentes antiplaquetários para o tratamento de adultos com COVID-19
A doença grave do coronavírus 2019 (COVID-19) pode causar eventos trombóticos que levam a complicações grave ou morte. Agentes antiplaquetários, como o ácido acetilsalicílico, mostraram reduzir efetivamente os eventos trombóticos em outras doenças: eles podem influenciar o rumo da COVID-19 em geral. Esta revisão visa avaliar a eficácia e segurança dos antiplaquetários administrados com tratamento padrão em comparação com nenhum tratamento ou tratamento padrão (com/sem placebo) para adultos com COVID-19.
Fluvoxamina para o tratamento da COVID-19
A fluvoxamina é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS) que foi aprovado para o tratamento da depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, e uma variedade de distúrbios de ansiedade; está disponível como uma preparação oral. A fluvoxamina não foi aprovada para o tratamento de infecções, mas tem sido utilizada no tratamento precoce de pessoas com COVID-19 leve a moderada. Como existem apenas algumas terapias eficazes para pessoas com COVID-19 na comunidade, esta revisão avalia a eficácia e segurança da fluvoxamina como um anti-inflamatório e possível tratamento anti-viral para a COVID-19. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Quais são os benefícios e os danos da fluvoxamina para adultos com COVID-19 leve?
Intervenções para o controle paliativo de sintomas em pacientes com COVID-19
Indivíduos que morrem devido à doença coronavírus 2019 (COVID-19) podem experimentar sintomas angustiantes, como falta de ar ou delírio. A gestão paliativa dos sintomas pode aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Várias opções de tratamento como opioides ou técnicas respiratórias têm sido discutidas para uso em pacientes com COVID-19. No entanto, a orientação sobre o manejo dos sintomas de pacientes com COVID-19 em cuidados paliativos tem sido muitas vezes derivada de experiências clínicas e diretrizes para o tratamento de pacientes com outras doenças. Esta revisão avalia a eficácia e segurança de intervenções farmacológicas e não farmacológicas para controle paliativo de sintomas em indivíduos com COVID-19. Cochrane Clinical Answer relevante: Para pessoas com COVID-19 e doença terminal, quais são os efeitos das intervenções farmacológicas para o controle paliativo dos sintomas?
Os corticosteroides sistêmicos são usados para tratar pessoas com COVID-19, uma vez que eles combatem a hiperinflamação. As sínteses de evidências existentes sugerem um pequeno benefício com o uso de corticosteroides na mortalidade destes pacientes. Até o momento, os corticosteroides sistêmicos são uma das poucas opções de tratamento para a COVID-19. No entanto, o tamanho do efeito, a certeza da evidência, o regime terapêutico ideal e a seleção dos pacientes que provavelmente serão mais beneficiados, ainda precisam ser avaliados. Avaliar se os corticosteroides sistêmicos são efetivos e seguros no tratamento de pessoas com COVID-19 e manter-se atualizado com a base de evidências em evolução, usando uma abordagem de revisão sistemática viva. Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os benefícios e danos do uso de corticosteroides sistêmicos em adultos hospitalizados com COVID-19 aguda ou suspeita de COVID-19?
Corticosteroides inalatórios para o tratamento da COVID-19
Os corticosteroides inalatórios estão bem estabelecidos para o tratamento a longo prazo de doenças respiratórias inflamatórias como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Atualmente, os seus efeitos têm sido investigados para o tratamento da COVID-19. A ação anti-inflamatória dos corticosteroides inalatórios pode ter o potencial de reduzir o risco de doenças graves resultantes da hiperinflamação na COVID-19. Esta revisão avalia se os corticosteroides inalatórios são eficazes e seguros no tratamento da COVID-19, usando uma abordagem viva de revisão sistemática para manter a evidência atualizada. Cochrane Clinical Answer relevante: Quais são os efeitos do uso de corticosteroides inalatórios em pessoas com COVID-19 leve?
Risco de tromboembolismo em pacientes com COVID-19 que estão a usar contracepção hormonal
A contracepção hormonal é um medicamento comum, no entanto, a sua utilização é um fator de risco de trombose. As pessoas com COVID-19 também estão em risco de eventos trombóticos, mas não está claro se o uso de contraceptivos hormonais entre mulheres COVID-19-positivas aumenta ou atenua o risco de tromboembolismo - níveis mais elevados de estrogénio podem ser protetores contra a doença grave da COVID-19. As evidências dos riscos da utilização de contraceptivos hormonais durante a pandemia de COVID-19 são escassas. Esta revisão visa determinar se o uso de contracepção hormonal aumenta o risco de tromboembolismo venoso e arterial em mulheres com COVID-19, e se o seu uso aumenta outros marcadores de gravidade da COVID-19, incluindo hospitalização na unidade de cuidados intensivos, síndrome respiratória aguda grave, intubação, e mortalidade. Esta é uma revisão sistemática viva. É provável que as conclusões desta revisão, incluindo as estimativas de efeito, mudem à medida que forem sendo geradas novas evidências. Resposta Clínica Cochrane relevante: Será que a contracepção hormonal aumenta o risco de tromboembolismo nas mulheres com COVID-19?
Ivermectina para prevenção e tratamento da COVID-19
A ivermectina, um agente antiparasitário usado para tratar infestações parasitárias, inibe a replicação do vírus in vitro. A hipótese molecular do modo de ação antiviral da ivermectina sugere um efeito inibitório na replicação do coronavírus 2 (SARS-CoV-2) nos estágios iniciais da infecção. Atualmente, a evidência sobre a eficácia e segurança da ivermectina para a prevenção da infecção pelo SARS-CoV-2 e para o tratamento COVID-19 é conflitante. Esta revisão tem o objetivo de avaliar a eficácia e segurança da ivermectina mais os cuidados usuais em comparação com apenas os cuidados usuais mais/menos placebo, ou qualquer outra intervenção comprovada para pessoas com COVID-19 recebendo tratamento como pacientes internados ou ambulatoriais, e para prevenção de uma infecção com SARS-CoV-2 (profilaxia pós-exposição). Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os efeitos da ivermectina em adultos com COVID-19 sintomática leve ou moderada?
Remdesivir para o tratamento da COVID-19
O remdesivir é um medicamento antiviral com propriedades que inibem a replicação viral do SARS-CoV-2. Os resultados positivos dos primeiros estudos atraíram a atenção da mídia e levaram à autorização de uso emergencial do remdesivir na COVID-19. É necessária uma compreensão mais profunda das atuais evidências sobre os efeitos do remdesivir no tratamento da infecção pelo SARS-CoV-2 baseada nos resultados de ensaios clínicos randomizados controlados (ECRs). O objetivo desta revisão foi avaliar os efeitos do remdesivir versus placebo ou cuidados habituais sobre os desfechos clínicos de doentes hospitalizados com infecção pelo SARS-CoV-2. Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os efeitos do remdesivir no tratamento de COVID-19 moderado a grave? e Para pessoas com infecção assintomática por SRA-CoV-2 ou COVID-19 leve, quais são os benefícios e danos do remdesivir?
Colchicina para o tratamento da COVID-19
O desenvolvimento de COVID-19 grave e desfechos clínicos adversos estão associados à hiperinflamação e a uma complexa desregulação da resposta imunológica. A colchicina é um medicamento anti-inflamatório e pensa-se que melhora os desfechos da doença na COVID-19 através de uma vasta gama de mecanismos anti-inflamatórios. Os pacientes e os sistemas de saúde precisam de mais e melhores opções de tratamento para a COVID-19 e de uma compreensão completa do conjunto de evidências atuais. Esta revisão avalia a eficácia e segurança da colchicina como opção de tratamento para a COVID-19 em comparação com um comparador ativo, placebo, ou tratamento padrão sozinho em qualquer ambiente. Além disso, esta revisão visa manter a evidência atualizada com o uso de uma abordagem de revisão sistemática viva. Cochrane Clinical Answers relevantes: Quais são os efeitos da colchicina para o tratamento da COVID-19 moderada a grave? e Quais são os efeitos da colchicina para o tratamento da COVID-19 assintomática ou leve?
Inibidores da Janus quinase para o tratamento de COVID-19
Com potenciais propriedades antivirais e anti-inflamatórias, os inibidores de Janus quinase (JAK) representam um potencial tratamento para a infecção sintomática do SARS-CoV-2. Eles podem modular a exuberante resposta imunitária à infecção pelo SARS-CoV-2. Além disso, foi descrito um efeito antiviral direto. É necessária uma compreensão das atuais evidências relativas à eficácia e segurança dos inibidores de JAK como tratamento para a doença coronavírus de 2019 (COVID-19). Esta revisão avaliou os efeitos dos inibidores de JAK mais cuidados usuais em comparação com apenas os cuidados usuais (mais/menos placebo) nos desfechos clínicos em indivíduos (ambulatório ou hospitalar) com qualquer gravidade de COVID-19, e visa manter a as evidências atualizadas, usando uma abordagem de revisão sistemática viva. Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os efeitos dos inibidores de janus quinase (JAK) para pacientes com COVID-19 moderada a grave?
Anticorpos monoclonais neutralizantes de SARS-CoV-2 para o tratamento da COVID-19
Os anticorpos monoclonais (mAbs) são moléculas produzidas em laboratório derivadas das células B de um hospedeiro infectado, desenvolvidas para visar uma proteína específica. Eles têm sido utilizados com sucesso no tratamento de outros vírus e estão sendo investigados como uma terapia potencial para a doença coronavírus 2019 (COVID-19). Esta revisão avalia a efetividade e segurança dos mAbs neutralizantes da SARS-CoV-2 para o tratamento de doentes com COVID-19, em comparação com um comparador ativo, placebo, ou sem intervenção, e utiliza uma abordagem de revisão sistemática viva para manter as evidências atualizadas. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para adultos hospitalizados com COVID-19 moderada a grave, quais são os efeitos dos anticorpos monoclonais neutralizantes de SARS-CoV2 (isolados ou combinados)? e Para adultos com COVID-19 assintomático ou ligeiro, quais são os efeitos dos anticorpos monoclonais neutralizantes de SARS-CoV-2 (isolados ou combinados)?
Suplementação de Vitamina D para o tratamento da COVID-19: uma revisão sistemática viva
O papel da suplementação com vitamina D como tratamento da COVID-19 tem sido tema de considerável discussão. Alguns estudos demonstraram que as pessoas que estão hospitalizadas com COVID-19 grave também têm níveis baixos de vitamina D. Contudo, os fatores de risco para desenvolver COVID-19 grave são os mesmos que para desenvolver deficiência de vitamina D. Por isso é difícil dizer se a deficiência de vitamina D em si é um fator de risco para COVID-19 grave. Esta revisão avalia se a suplementação com vitamina D é efetiva e segura como opção de tratamento para a COVID-19 em comparação com um comparador ativo, placebo, ou cuidado usual sozinho em qualquer ambiente. Além disso, esta revisão visa manter a evidência atualizada com o uso de uma abordagem de revisão sistemática viva. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para pessoas com COVID-19 moderada a grave, quais são os benefícios e os danos da suplementação com vitamina D?
Agentes bloqueadores da interleucina-6 para o tratamento da COVID-19: uma revisão sistemática viva
Os agentes bloqueadores da interleucina-6 (IL‐6) têm sido usados para tratar as formas graves da COVID-19. O efeito imunossupressor desses medicamentos pode ser valioso em pacientes com COVID-19 com disfunção do sistema imunológico, ao controlar a inflamação e promover a tolerância à doença. Esta revisão avaliou os efeitos (eficácia e segurança) dos agentes bloqueadores da IL-6 versus cuidados padrão ou placebo em pacientes com COVID-19. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para adultos com COVID-19, quais são os efeitos dos agentes bloqueadores da interleucina-6 tocilizumabe e sarilumabe?
Agentes bloqueadores da interleucina-1 para o tratamento da COVID-19
Os agentes bloqueadores da Interleucina-1 (IL-1) têm sido usados no tratamento da COVID-19 grave, com a premissa de que o seu efeito imunomodulador pode ser benéfico em pessoas com COVID-19. Esta revisão avaliou os efeitos (efetividade e segurança) dos agentes bloqueadores da IL-1 versus cuidados padrão ou placebo em pacientes com COVID-19. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para pessoas com COVID-19 moderada, grave ou crítica, quais são os efeitos dos agentes bloqueadores da interleucina 1 (IL-1) (anakinra ou canakinumabe?
'Cloroquina ou hidroxicloroquina para prevenção e tratamento da COVID-19.
A COVID-19 está associada com uma elevada taxa de mortalidade. Alguns especialistas propuseram o uso da cloroquina (CQ) e hidroxicloroquina (HCQ) para tratar ou prevenir a doença. Vários ensaios clínicos randomizados avaliaram a eficácia e a segurança destes medicamentos Os objetivos desta revisão foram: a) avaliar os efeitos da CQ ou HCQ para o tratamento de pessoas com COVID-19 sobre os o risco de morte e o tempo até a eliminação do vírus; b) avaliar os efeitos desses medicamentos para prevenir a infecção em pessoas em risco de exposição ao SARS-CoV-2; e c) avaliar os efeitos desses medicamentos para prevenir a infecção em pessoas expostas ao SARS-CoV-2. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para adultos com COVID-19, quais são os benefícios e os danos da hidroxicloroquina?
Agentes farmacológicos para adultos com síndrome do desconforto respiratório agudo
A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é uma condição de risco de vida causada por lesão direta ou indireta dos pulmões. Esta revisão avaliou a efetividade de agentes farmacológicos em adultos com SDRA sobre mortalidade, ventilação mecânica, e aptidão para retornar ao trabalho aos 12 meses. Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os efeitos dos agentes farmacológicos para adultos com síndrome do desconforto respiratório agudo?
Anticoagulantes para pacientes internados com COVID-19
A manifestação primária da COVID-19 é a insuficiência respiratória que também pode estar relacionada à microtrombose pulmonar difusa e eventos tromboembólicos, tais como embolia pulmonar, trombose venosa profunda ou trombose arterial. As pessoas com COVID-19 que desenvolvem tromboembolismo têm um prognóstico pior. Vários medicamentos são utilizados na profilaxia e no tratamento de eventos tromboembólicos, tais como heparinoides (heparinas ou pentassacarídeos), antagonistas da vitamina K e anticoagulantes diretos. Além de suas propriedades anticoagulantes, os heparinoides têm um potencial anti-inflamatório adicional. Entretanto, o benefício dos anticoagulantes para as pessoas com COVID-19 ainda está em debate. Esta revisão avaliou os efeitos do uso de anticoagulantes profiláticos versus um comparador ativo, placebo ou nenhuma intervenção, na mortalidade e na necessidade de suporte ventilatório em pacientes internados com COVID-19. Resposta Clínica Cochrane relevante: Como os anticoagulantes de dose mais alta se comparam com os anticoagulantes de dose mais baixa para pessoas com COVID-19 moderada a grave?
Plasma convalescente para pessoas com COVID-19: uma revisão sistemática viva
O plasma convalescente pode reduzir a mortalidade em pacientes com doenças respiratórias virais e esta sendo investigado como terapia potencial para a doença coronavírus 2019 (COVID-19). Esta revisão tem como objetivo avaliar a eficácia e segurança da transfusão de plasma convalescente no tratamento de pessoas com COVID-19.
Imunoglobulina hiper-imune para pessoas com COVID-19
A imunoglobulina hiperimune contém anticorpos policlonais, que podem ser preparados a partir de grandes quantidades de plasma convalescente agrupado ou preparados a partir de fontes animais através da imunização. Estão a ser investigados como uma terapia potencial para a COVID-19. Esta revisão anteriormente fazia parte de uma revisão dos pais que abordava tanto o plasma convalescente como a imunoglobulina hiperimune e foi dividida para abordar separadamente o plasma hIVIG e o plasma convalescente. Esta revisão sistemática viva visa avaliar os benefícios e os danos da imunoterapia hiperimune para o tratamento de pessoas com COVID-19. Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os benefícios e os danos da imunoglobulina hiperimune do plasma humano para tratar adultos com COVID-19 moderado/severo? e Para adultos com COVID-19 moderado/severo, quais são os efeitos da imunoglobulina hiperimune, especificamente anticorpos policlonais equinos?
Imunonutrição para a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) em adultos
A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é um processo inflamatório sistêmico grave associado a morbidade e mortalidade significativas. Não existem tratamentos farmacológicos para modular a inflamação da SDRA. Vários estudos avaliaram os efeitos dos farmaconutrientes, dados como parte de uma fórmula alimentar ou como um suplemento nutricional, sobre os desfechos clínicos de pacientes graves e com SDRA. Esta revisão avaliou as evidências disponíveis sobre os efeitos da imunonutrição versus fórmulas alimentares padrão em adultos com SDRA em ventilação mecânica. Resposta Clínica Cochrane relevante: Para adultos com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) em ventilação mecânica, como a imunonutrição se compara com a alimentação com fórmula padrão?
Antibióticos para o tratamento da COVID-19
O efeito de antibióticos com potenciais propriedades antivirais e anti-inflamatórias como tratamento para a COVID-19 está sendo investigado em ensaios clínicos. O uso de antibióticos é feito com a intenção de tratar a doença viral e não primariamente tratar co-infecções bacterianas de indivíduos com COVID-19. É necessária uma compreensão mais profunda das atuais evidências sobre os efeitos dos antibióticos no tratamento da infecção pelo SARS-CoV-19 baseada nos resultados de ensaios clínicos randomizados controlados (ECRs). Esta revisão avalia a eficácia e segurança dos antibióticos em comparação entre si, sem tratamento, tratamento padrão sozinho, placebo ou qualquer outra intervenção ativa com eficácia comprovada para o tratamento de pacientes ambulatoriais e pacientes internados com COVID-19. Cochrane Clinical Answers relevantes: Para adultos com COVID-19 assintomática ou leve, quais são os efeitos da azitromicina? e Para adultos hospitalizados com COVID-19 moderada a grave, quais são os efeitos da azitromicina?
A pneumonia é a infecção hospitalar que mais comumente afeta os pacientes da unidade de terapia intensiva. Porém, as diretrizes nacionais atuais para o tratamento da pneumonia hospitalar (PAH) são antigas e o diagnóstico de pneumonia em pacientes com ventilação mecânica (PAV) tem recebido muita atenção recentemente. A duração ideal da terapêutica antibiótica para a PAH nos doentes críticos é incerta. Esta revisão avaliou a efetividade da duração da administração de antibióticos para a PAH em adultos gravemente doentes, incluindo pacientes com PAV. Resposta Clínica Cochrane relevante: Qual regime é mais eficaz para melhorar os desfechos de adultos gravemente doentes com pneumonia hospitalar: terapia antibiótica de curta ou longa duração?
Antibióticos para crianças com pneumonia adquirida na comunidade.
A pneumonia causada por bactérias patogênicas é a principal causa de mortalidade infantil nos países de baixa renda. A administração precoce de antibióticos melhora os desfechos. Esta revisão avaliou diferentes antibióticos para o tratamento de crianças com pneumonia adquirida na comunidade (PAC) de gravidade variável. Resposta Clínica Cochrane relevante: Em crianças internadas em hospitais com pneumonia adquirida na comunidade, como os diferentes antibióticos se comparam entre si? E Em crianças atendidas no ambulatório com pneumonia adquirida na comunidade, quais são os efeitos dos antibióticos orais?
A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é causada por vários agentes patogénicos, tradicionalmente divididos em "típicos" e "atípicos". O tratamento antibiótico inicial da PAC é geralmente empírico, cobrindo normalmente tanto patógenos típicos como atípicos. Esta revisão comparou a falha de tratamento e a mortalidade do uso de regimes de antibióticos com cobertura atípica versus apenas típica. Resposta Clínica Cochrane relevante: Em adultos hospitalizados com pneumonia adquirida na comunidade, existe evidência proveniente de ensaios clínicos randomizados para apoiar o uso de antibióticos empíricos com cobertura atípica versus típica?
A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é uma doença respiratória aguda causada por um novo vírus corona, que surgiu pela primeira vez na cidade de Foshan, China, a 22 de Dezembro de 2002. Ervas chinesas foram usadas no seu tratamento. Esta revisão avaliou a possível efetividade e segurança das ervas chinesas, combinadas com medicamentos ocidentais versus medicamentos ocidentais apenas para pacientes com SARS. Resposta Clínica Cochrane relevante: Uso de ervas chinesas combinadas com a medicina ocidental para pessoas com síndrome respiratória aguda grave (SRAG)
Tratamento do delírio
O delírio é definido como um distúrbio da atenção, consciência e cognição, com redução da capacidade de dirigir, focalizar, sustentar e deslocar a atenção, e diminuição da orientação no ambiente.
Intervenções farmacológicas para o tratamento do delírio em adultos gravemente doentes
O delírio é tipicamente uma deficiência cognitiva reversível aguda. Esse problema pode ter um grande impacto sobre os desfechos de curto e longo prazo dos pacientes críticos. Existe muita incerteza quanto aos benefícios e a segurança das intervenções farmacológicas disponíveis para esta população. Esta revisão avaliou os efeitos das intervenções farmacológicas para o tratamento do delírio sobre a duração do delírio em adultos gravemente doentes de alto risco para o delírio. Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os benefícios e riscos das intervenções farmacológicas para tratar adultos gravemente doentes com delírios?
Intervenções para prevenir delírios em adultos internados na UTI
Pacientes graves internados na UTI frequentemente desenvolvem delírios. Esse quadro pode ter um efeito importante sobre o paciente e sua família e está associado ao aumento da mortalidade, maior duração da ventilação mecânica, maior permanência hospitalar e na UTI, e comprometimento cognitivo a longo prazo. Esta revisão avaliou as evidências existentes sobre o efeito de intervenções para prevenir os delírios da UTI sobre os seguintes desfechos: mortalidade hospitalar, número de dias livres de delírios e coma, dias livres de ventilação mecânica, tempo de internação na UTI e comprometimento cognitivo. Resposta Clínica Cochrane relevante: Como o haloperidol se compara ao placebo para prevenir delírios em adultos gravemente doentes em terapia intensiva?
Nutrição para pacientes em terapia intensiva
As pessoas gravemente doentes têm maior risco de desnutrição. Doenças agudas e crônicas, traumas e inflamações induzem catabolismo relacionado ao estresse, e efeitos adversos induzidos por drogas podem reduzir o apetite ou aumentar as náuseas e vômitos. Além disso, o manejo do paciente na UTI também pode interromper as rotinas alimentares.
Há várias formas de prover as necessidades nutricionais dos pacientes: nutrição enteral (EN), ou nutrição parenteral (PN), ou uma combinação de ambos. Porém, cada método tem seus problemas. Esta revisão avaliou qual via de administração seria melhor. Comparou, em adultos gravemente doentes, os efeitos da EN versus PN, e os efeitos da EN versus uma combinação de EN e PN. Os desfechos forem mortalidade, número de dias sem UTI e eventos adversos. Resposta Clínica Cochrane relevante: Como a nutrição enteral se compara com a nutrição parenteral (com ou sem nutrição enteral) em adultos internados na UTI?
Diagnóstico
O coronavírus 2 (SARS-CoV-2) responsável pela síndrome respiratória aguda grave e a pandemia de COVID-19 apresenta desafios importantes para seu diagnóstico.
Obesidade como fator de risco independente para gravidade e mortalidade por COVID-19
Pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) muito alta (> 40 kg/m2) podem ter maior risco de desfechos adversos do COVIID-19 do que aquelas com IMC baixo. Esta revisão teve como objetivo avaliar o efeito do IMC muito alto na mortalidade, necessidade de ventilação mecânica, hospitalização, internação em terapia intensiva, doença grave ou pneumonia em adultos com doença confirmada por COVID-19. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Para adultos com COVID-19, a obesidade afeta os desfechos?
COVID-19 e seus efeitos cardiovasculares: uma revisão sistemática dos estudos de prevalência
Uma pequena minoria de pessoas com COVID-19 desenvolve uma doença grave, caracterizada por inflamação, danos microvasculares e coagulopatia, que podem resultar em lesão miocárdica, tromboembolismo venoso e eventos oclusivos arteriais. As pessoas com doenças cardiovasculares pré-existentes ou que têm fatores de risco para doenças cardiovasculares podem ter um maior risco para esses quadros. Esta revisão avaliou a prevalência de comorbidades cardiovasculares pré-existentes associadas a casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 em diversos locais de atendimento, incluindo a comunidade, asilos e hospitais. Também avaliou os tipos e as taxas de complicações cardiovasculares e eventos clínicos subsequentes em pessoas com suspeita de COVID-19 ou com doença confirmada, Resposta Clínica Cochrane relevante: Quais são os efeitos cardiovasculares da COVID-19?
Testes de anticorpos para identificar infecção atual e passada pelo SARS-CoV-2
Esta revisão atualizada resume as evidências da acurácia dos testes de anticorpos para COVID-19; tanto testes laboratoriais como testes rápidos usando um formato de fluxo lateral. Os desafios de diagnóstico associados à pandemia COVID-19 resultaram no rápido desenvolvimento de métodos de teste de diagnóstico para detectar a infecção pelo SARS-CoV-2. Os testes sorológicos para detectar a presença de anticorpos contra a SARS-CoV-2 permitem a detecção de infecções passadas e podem detectar casos de infecção por SARS-CoV-2 que não foram detectados por testes de diagnóstico anteriores. Compreender a acurácia diagnóstica dos testes sorológicos para a infecção por SARS-CoV-2 pode permitir o desenvolvimento de vias efetivas de diagnóstico e gestão, informar as decisões de gestão em saúde pública e a compreensão da epidemiologia do SARS-CoV-2. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Qual é a acurácia dos testes de imunoglobulina G (IgG) e de anticorpos IgM para a detecção da infecção atual pelo SARS-CoV-2? e Qual é a acurácia dos testes de imunoglobulina G (IgG) e de anticorpos IgM para a detecção da infecção anterior por SARS-CoV-2?
A doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19) é altamente variável. Ela pode manifestar-se desde sem sintomas até com pneumonia e consequências que ameaçam a vida. Sintomas como febre, tosse ou perda do olfato (anosmia) ou do paladar (ageusia) podem ajudar a sinalizar precocemente se a doença está presente. Tais informações poderiam ser usadas para descartar a COVID-19 ou para identificar pessoas que precisam fazer testes adicionais para diagnosticar a COVID-19. Esta revisão, atualizada duas vezes desde sua primeira publicação em 2020, avaliou a acurácia diagnóstica dos sinais e sintomas para saber se uma pessoa que procura um serviço de saúde primário ou o setor de emergência de um hospital ou clínicas dedicadas à COVID-2020, tem COVID-19. Resposta Clínica Cochrane relevante: Qual é a acurácia dos sintomas específicos e relacionados à COVID-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o diagnóstico da COVID-19?
Exames de imagem torácica para o diagnóstico da COVID-19
O diagnóstico de infecção pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2) apresenta grandes desafios. O teste de transcriptase reversa de reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) é usado para diagnosticar uma infecção atual. Porém,sua utilidade como padrão de referência é limitada por erros de amostragem, sensibilidade limitada (71% a 98%) e dependência do momento da coleta da amostra. Os exames de imagem do tórax estão sendo usados no diagnóstico da COVID-19, ou quando os testes de RT-PCR não estão disponíveis. Esta revisão avaliou a precisão diagnóstica de exames de imagem do tórax (tomografia computadorizada (TC), radiografia e ultra-som) em pessoas com suspeita de COVID-19 ou com doença confirmada. Resposta Clínica Cochrane relevante: Qual é a acurácia da tomografia computadorizada do tórax (TC) para o diagnóstico da COVID-19?
Testes laboratoriais de rotina para determinar se um paciente tem COVID-19
Os testes diagnósticos específicos para detectar a síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2) e a doença COVID-19 resultante nem sempre estão disponíveis e exigem tempo para produzir resultados. Marcadores laboratoriais de rotina, como contagem de glóbulos brancos, medidas de anticoagulação, proteína C reativa (PCR) e procalcitonina, são usados para avaliar o estado clínico dos pacientes. Estes exames laboratoriais podem ser úteis para a triagem de pessoas possivelmente com COVID-19 para encaminha-las para diferentes níveis de tratamento, especialmente onde há pouco tempo e recursos. Esta revisão avaliou a acurácia diagnóstica dos exames laboratoriais de rotina como teste de triagem para determinar se uma pessoa tem COVID-19. Resposta Clínica Cochrane (Cochrane Clinical Answer) relevante: Qual é a precisão da contagem de leucócitos para o diagnóstico da COVID-19?
Agradecimentos
Esta Coleção Especial foi desenvolvida por Michael Brown (Editor Sênior, Cochrane Acute and Emergency Care; Editor Sênior, Cochrane Circulation and Breathing) e Harald Herkner (Editor Coordenador, Cochrane Emergency and Critical Care), trabalhando com Toby Lasserson (Editor Chefe Adjunto), Liz Bickerdike (Editor Associado), Robin Featherstone (Especialista em Informação), e Monaz Mehta (Editor) no Departamento Editorial & Métodos da Cochrane.
Notas de tradução
Esta Coleção Especial foi traduzida para o Português pela Cochrane Brazil (Mayara Rodrigues Batista) em 07 de Fevereiro de 2024.
Crédito de imagem
Stocktrek Images/Getty Images
Contato
Departamento Editorial e de Métodos da Cochrane (emd@cochrane.org)